A Saudade...
Não devem existir muitos cidadãos portugueses que não saibam que "saudade" é uma palavra portuguesa (tá bem, os putos com menos de 20 anos não contam, tá?).
No entanto, este é um sentimento universal, provavelmente de natureza cultural (ou, se calhar, não só!). Agora como cada um vive a "sua saudade" é um processo individual.
Hoje é dia do Pai. Mais um dia "desses" com calendário marcado...
Nunca fui muito destas coisas mas o dia do Pai, para mim, era sagrado! Eu queria, mais que tudo no Mundo, que o meu pai soubesse o quanto era importante para mim, o quanto eu o amava.
Soube desde muito cedo que isso não se mostrava através de uma prenda ou, pelo menos, daquelas prendas que eu achava banais, tipo roupa, acessórios, perfumes... O meu Pai não ligava nada a esse tipo de coisas: não usava gravata; acessórios, só o cinto das calças e mais nada! Para ele os valores materiais só faziam sentido se dessem origem a outros valores, a aprendizagens, a ir mais longe, a rasgar horizontes...
Não! Para o meu Pai, se era uma prenda, tinha que ser algo que eu descobrisse que ele queria muito, muito...
O último presente que ofereci ao meu Pai antes de ele adoecer, em 2000, ano anterior ao da sua morte) foi a obra de Marguerite Duras (autora que ele admirava apaixonadamente!), "Os Cavalos de Tarquínia". Ele adorou mas, como sempre, lá veio o "não era preciso, foste gastar dinheiro para quê?", enfim, essas coisas que os pais dizem...
O meu Pai faleceu em 2001 com 65 anos de idade, e ainda com tanto para dar ao Mundo...
Hoje, senti muitas, muitas saudades dele e chorei muito...
Pronto, era só isto...